Famoso por participação em programas de televisão, o biólogo Sérgio Rangel esteve na Unoeste para chacoalhar os participantes da 7ª Semana de Biologia e 6º Encontro de Egressos do curso de Ciências Biológicas, eventos realizados de 3 a 6 de setembro. Fez palestra sobre “Biomotivacional e Comportamento Animal”, onde falou com orgulho do início da sua trajetória limpando sujeira de elefantes num zoológico. E mostrou que para chegar a algum lugar é preciso fazer o que os outros não querem fazer.
“Você tem que correr atrás, mostrar sua qualidade. Ter ideias criativas, buscar fazer um trabalho original”, ressalta Rangel, que fez alerta sobre o uso excessivo das redes sociais. “Eu vejo como negativo. Hoje em dia ninguém estuda direito, não se pesquisa como antigamente. As pessoas vão buscar tudo na internet e nem sempre o que está lá, está certo”, afirma. O biólogo contou que, devido à concorrência do mercado, alguns jovens desanimam da profissão antes de se formar. “Vim mostrar dez projetos que acontecem dentro do país, que têm vagas de estágio e que são exemplos de que é possível se encaixar. Mas precisa entrar com vontade, cair de cabeça mesmo”, destaca Rangel, que atualmente faz dois programas televisivos e dirige três na TV Mundo Pet +, o primeiro canal dedicado aos cuidados com animais.
O renomado biólogo foi uma das atrações do evento, que tradicionalmente ocorre na semana em que se comemora o Dia do Biólogo. “São palestras, minicursos e mesas redondas com temas relevantes, indicados pelos próprios alunos do curso”, de acordo com o coordenador Dr. Silvério Takao Hosomi, que destacou a relevante participação de egressos. “Traz muita alegria, fortalece o evento, o curso e a instituição”, detalha. A alegria só não foi maior pelo incêndio no Museu Nacional do Rio Janeiro, ocorrido em 2 de setembro. “Foi destruído o maior acervo histórico, cultural e científico do país. Esperamos que as reflexões propostas contribuam para fortalecer a formação de profissionais comprometidos com a preservação do patrimônio científico e memória cultural”, pontua Hosomi.
Aluna do 5º termo, a Gabriela Lorenço, não quis “apenas” ser espectadora da semana em 2018. Membro da comissão organizadora, ela ressaltou a escolha dos temas do momento e pretende seguir na área acadêmica. “É a primeira vez que ajudo também na organização, é uma ótima experiência. Pretendo ir para a área da zoologia, que mexe com o trabalho animal”, explica a acadêmica, que contou o que a motivou na escolha pelo curso. “Você já nasce biólogo. Só se descobre um pouco depois. Eu gosto do meio ambiente e das relações. Quando cheguei ao curso, já conhecia toda a grade”, ressalta.
MinicursoO leque de trabalho para o biólogo ganhou nova opção, apresentada pelo docente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Dr. Waldiney Cavalcante de Mello, durante o minicurso “Produção de texto científico para mídias: rádio e TV”. “Sempre gostei de filmes, documentários. Então fiz o curso de Roteirologia. Vim para multiplicar essa visão onde se usa um contexto, um roteiro para aproximar a informação com base em algum assunto relevante. O que faz a pessoa entender o que representa”, relata Mello. Ele desafiou os estudantes a criarem um roteiro criativo partindo de um pano de fundo, um assunto do dia a dia, para falar de um tema central voltado a biologia.
“É fazer ciência de forma criativa. Jogar a discussão na sociedade mostrando o mundo animal”, explica Mello, um dos responsáveis pela série “O que é, o que é”, do Canal Futura, roteirista e apresentador do programa “Rádio Animal”, além de ter pesquisas voltadas a “edutretenimento” e “scientelling”. O Waldiney afirma ainda que existe campo vasto nas consultorias para biólogos, mas que o nicho dos roteiros é um caminho. “Mesmo com a crise, é um mercado que vem crescendo no Brasil. O leigo adora estatísticas, chama a atenção para podermos falar de biologia”, destaca.