Conhecer os diferentes biomas do país reconhecendo a fauna, flora e as inter-relações dos organismos. Foi o que motivou acadêmicos do 2º ao 8º termos do curso de Ciências Biológicas a pegarem estrada rumo ao litoral paulista, mais especificamente a Peruíbe (SP), onde fica o Instituto de Biologia Marinha e Meio Ambiente (IBIMM), uma organização sem fins lucrativos que apoia projetos, pesquisas, educação ambiental voltada ao conhecimento humano, vegetal e animal. Tudo numa área própria de 58 mil metros que tem como valor principal o respeito aos seres e às diferenças sociais.
A visita técnica realizada de 2 a 4 de novembro permitiu aos alunos o reconhecimento da reserva de Mata Atlântica nas trilhas de educação ambiental do instituto, assistir minicurso sobre tartarugas marinhas e tubarão; teve visita técnica ao Costão Rochoso, Mangue, Mata de Restinga e sobrou tempo até para ir à praia, só que para fazer análise da flora e fauna dos biomas. Acompanharam palestra sobre biodiversidade e conservação de orquídeas nativas, além da coleta e análise de macro invertebrados aquáticos nos rios. O grupo reintroduziu espécies de orquídeas e participou também de manejo de animais da fauna silvestre, como serpentes, lagartos, aves de rapina e aranhas.
“Conseguimos estreitar a parceria com doações de peças (partes de tartarugas marinhas e tubarão); e a Unoeste está iniciando projeto de reintrodução de espécies nativas nas reservas do instituto”, de acordo com o coordenador do curso Dr. Silvério Takao Hosomi, que ministrou atividade relacionada às orquídeas. “Foi uma palestra sobre biodiversidade e conservação de espécies de orquídeas nativas. Depois tem essa etapa da reintrodução das orquídeas que são provenientes do material propagado no Laboratório de Tecidos Vegetais da Unoeste e fazem parte do banco de sementes de orquídeas da universidade”, detalha Hosomi.
Quem também acompanhou os acadêmicos até Peruíbe foi o professor Rondinelle Artur Simões Salomão, que ressaltou a importância da integração entre conteúdo programático aplicado em sala e vivência prática. “Permite maior entendimento das complexidades interativas do ecossistema”. E que a oportunidade abre leque para aquisição de novas espécimes para a coleção didática do Acervo Educacional de Ciências Naturais (Aecin). “É melhoria no ensino e pesquisa oferecida pelo curso aos alunos”, pontua Salomão.
A experiência mostra uma realidade diferente vivida no oeste paulista, já que no litoral o clima é distinto e a possibilidade de estar na mata privilegia o trabalho do biólogo. Como explica o João Pedro dos Santos Silva, 25, acadêmico do 3º termo de licenciatura. “Foi ótimo, estou de coração apertado ainda. Acostumei com a rotina. São muitas coisas que não vemos aqui. Pretendo voltar para estudar mais, fazer minicursos lá”, comenta. O João ficou impressionado com a diversidade de vegetais e gostou do manejo com animais silvestres. “Eu tinha certo trauma de lidar com cobras, mas passou”, conta o aluno que graças à viagem passou a traçar o futuro profissional. “Despertou-me a área de botânica. Lá foi 100% de prática e a diversidade é muito grande”, conclui Silva.