Inserida na questão de saúde pública, a superpopulação de cães e gatos que vive nas ruas do Jardim Morada do Sol motivou a criação do Projeto Castração é a Solução, que já promoveu a esterilização de 45 animais dentre os 78 cadastrados no começo de setembro deste ano. O restante será castrado a partir de fevereiro de 2017, quando também deverá começar o censo para saber exatamente a dimensão do problema desse bairro da zona norte de Presidente Prudente, no qual há incidência em abandono de animais por pessoas de outras regiões da cidade.

O levantamento estatístico é estimulado pela boa aceitação do projeto pelos moradores, conforme anuncia a estudante Juliana Petri Yoda que está à frente da iniciativa cadastrada na Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext) da Unoeste, apoiada pela direção e professores do curso de Medicina Veterinária da Unoeste, e com a parceria da Casa da Sopa São Francisco de Assis. Dependendo do número de animais, poderá ocorrer um novo cadastramento. Do cadastro feito no dia 3 de setembro deste ano, ocorreram três mutirões de cirurgias para esterilização, nos dias 24 do mesmo mês, 29 de outubro e 19 de novembro; envolvendo os estudantes em prática de técnicas cirúrgicas.

Os novos mutirões a partir de fevereiro ainda não estão com as datas estipuladas, sendo que o calendário para castrações será definido com a retomada das aulas, após as férias de final e começo de ano. Porém, durante o mês de janeiro haverá a dinâmica de pintura em vasos de barro, envolvendo crianças do bairro. Será toda quinta-feira à tarde, com o envolvimento de estudantes universitários, instruídos pela professora de artes da Casa da Sopa, Flávia Macedo, e do professor José Pantaleão, da Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente (Faclepp/Unoeste).

Os vasos estão incluídos em ações de arrecadação de recursos financeiros para custear o projeto. Foram recebidos em doação junto aos descartes de cerâmicas no município de Indiana.  Das 23 unidades pintadas por universitários, com orientação de Pantaleão e da coordenadora Denise Penna Quintanilha, 20 já foram vendidos na própria universidade. As que serão produzidas pelas crianças terão o mesmo destino, o custeio de medicamentos utilizados durante a cirurgia e pós-operatório, enviados à casa de quem cuida do animal. Camisetas, adesivos e palestras ajudam na obtenção dos recursos.

Também existem patrocinadores que têm ajudado com dinheiro e medicamentos, que são os seguintes: Arenales Homeopatia Animal, Espaço Patas, Cirúrgica Universitária, Bravecto e Scalibur. O projeto tem contado com o envolvimento da diretora do curso de Medicina Veterinária, Gláucia Prada Kanashiro; da coordenadora Rosa Maria Barilli Nogueira; dos professores Camila Ângela Bernardi, Luís Felipe da Costa Zulim e Haroldo Alberti; e dos residentes Gustavo Manea, Andressa Stevanatto, Juninho Marques e Camila Menossi Sueza Lima.

Os animais nas ruas representam um problema social e uma questão de saúde pública, com a possibilidade de causar acidentes e contrair doenças que podem ser transmitidas para humanos. O problema em Prudente não é exclusividade do Jardim Morada do Sol. Conforme Gláucia, moradores de outros bairros têm manifestado interesse pelo projeto. A última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas (IBGE), feita em 2013, é de que existam no Brasil 52,2 milhões e 22,1 milhões de gatos. No ano seguinte, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou em 30 milhões os animais abandonados, sendo 20 milhões de cães e 10 milhões de gatos.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste