Odonto: alunos são treinados para combater cárie em escolas

Mais de 70 estudantes matriculados entre os 7º e 10º termos do curso de Odontologia da Unoeste, e que vão participar de um projeto de extensão que resulta da parceria da universidade com a Prefeitura de Presidente Prudente, foram treinados nessa quinta-feira (2) para atuarem junto a cirurgiões dentistas da Rede Municipal de Saúde, no chamado “Dia D de Enfrentamento à Cárie”. A ação, que vai de encontro com o Projeto “Força tarefa de enfrentamento da cárie no estado de São Paulo”, vai levar às escolas municipais orientações, procedimentos de prevenção e tratamento restaurador para cáries. O principal público-alvo são as crianças matriculadas na rede municipal e que muitas vezes não têm acesso a consultórios odontológicos.  O Dia D, que marca o início do projeto, será realizado na quarta-feira (8), na Escola Municipal Professora Alayde Tortorella de Faria Motta, no Jardim Planalto.

Para que o trabalho de mobilização e cuidados com a saúde bucal seja efetivo, o treinamento sobre Tratamento Restaurador Atraumático (ART), que são técnicas de mínima intervenção para tratar a cárie dentária, foi realizado no Laboratório de Habilidades Odontológicas, que fica no Bloco B, no Campus 1 da Unoeste. Ele foi conduzido pela professora Dra. Eliane Cristina Gava Pizi, que também é coordenadora do curso, com participação ainda das professoras Juliane Avansini e Luciane Gava Gomes. Dra. Eliane explicou que até o fim de junho, portanto ainda neste primeiro semestre, quase mil crianças matriculadas em oito escolas municipais deverão ser contempladas com os atendimentos oferecidos por meio desse projeto que envolve a Unoeste e o município. 

“Por conta da pandemia, o que se observou é que houve uma explosão de dentes cariados e as crianças estão sofrendo muito com isso. Daí, essa sensibilização deles irem a campo e atender essas crianças onde precisam. E a ideia é essa mesmo, oferecer um tratamento restaurador fora do âmbito do consultório odontológico, nas escolas, onde as crianças estão.  Por isso estamos treinando a questão da organização, como é que eles vão chegar e fazer a abordagem. Enfim, o tratamento em si é restaurar dentes cariados, mas, de uma forma sem precisar do consultório odontológico”, detalhou ela.

O projeto, que vai levar os futuros dentistas até as escolas, também acaba sendo importante ao considerar ainda uma outra realidade inserida nesse contexto. “Hoje, temos um problema sério que às vezes os pais trabalham e não têm como levar seus filhos a um consultório, outro fator que contribui para esse aumento de dentes cariados. Então, nossa intenção é de ir a campo fazer esse atendimento, que o governo do Estado, o município e a faculdade estão nessa parceria. Esse é o momento para conseguirmos suprir essa necessidade das crianças”, completou a professora Eliane.

Foto: Ector Gervasoni

Estudantes em formação

Morador de Álvares Machado, Bruno Almeida, matriculado no 9º termo de Odontologia, está entre os estudantes que vai atuar nas escolas ao lado de cirurgiões dentistas que trabalham para a Prefeitura. Ele elogiou o projeto sob o argumento de que é bom tanto para as crianças, quanto para os próprios estudantes, que vão poder vivenciar a prática do dia a dia junto à população neste momento em que ainda estão em formação.

“Esse treinamento está sendo essencial para nós, principalmente para aprimorarmos também as técnicas, para a gente ficar frente a frente e fazer esse atendimento aos pacientes. Até porque estarão lá também os cirurgiões dentistas da Prefeitura e isso vai nos dar outra visão quando a gente se formar, de como vai ser o dia a dia no nosso atendimento, no nosso consultório, de como que a gente vai abordar o paciente de forma humanizada e de forma correta para o diagnóstico correto. Estou bem feliz em participar”, disse, empolgado.

Também do 9º termo de Odontologia, a estudante Maristela Xavier compartilha da mesma opinião do colega. “É bem importante a gente estar aprimorando nossos conhecimentos, aplicando na prática, onde conseguimos levar uma melhor saúde bucal para as crianças e demais pessoas, mesmo não tendo a disponibilidade de um consultório odontológico. E muito embora vamos trabalhar em um outro ambiente diferente do que já estamos acostumados diariamente, que é na clínica, com tudo funcionando, a gente tem que aprender a improvisar, ter o lado humano, entender o que aquela pessoa passa e poder ajudar por meio do nosso conhecimento. Vai ser bem importante a experiência na prática”, completou.