Pesquisa valida ferramenta sobre caminhabilidade em Brasília

Desenvolvida pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil), de origem norte-americana, a ferramenta Índice de Caminhabilidade (iCam 2.0) se mostra eficaz para gestão pública. 

Constatação aliada ao destaque de sua abrangência e facilidade de uso, conforme pesquisa com conclusões que ressaltam a importância de integrar caminhabilidade e áreas verdes públicas para melhorar o bem-estar e a qualidade de vida.

Também enfatiza a necessidade de políticas para ambientes urbanos mais saudáveis e acessíveis na Região Administrativa do Guará, no Distrito Federal; para permitir, caminhabilidade que é a capacidade do espaço público de permitir o ato de caminhar.

A produção científica explorou a relação entre caminhabilidade - características urbanas que incentivam o deslocamento a pé – áreas verdes, saúde e bem-estar; buscando inspirar políticas públicas alinhadas à Agenda 2030.

Visando a qualidade de vida

Plano que indica 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta; propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Junto de analisar a caminhabilidade, o estudo se propôs discutir os benefícios das áreas verdes para a qualidade de vida, e identificar características do espaço público que influenciam a caminhada na região do Guará que tem 120,6 mil habitantes. 

A população consta do censo de 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Guará fica a 11 km de Brasília, com origem em 1967, quando da construção de 800 residências em mutirão por funcionários da companhia de habitação da capital federal.

A pesquisa analisou a relevância das áreas verdes públicas e do planejamento urbano focada nas necessidades do pedestre para cidades saudáveis, inclusivas e sustentáveis; aplicando conceitos e teorias que embasam a avaliação da caminhabilidade.

Calçadas e segurança pública

Foram destacados os atributos propostos pelo método iCam 2.0, com de atividades de campo para coleta de dados, elaboração de imagens e gráficos. O que culminou em um diagnóstico da caminhabilidade em 20 segmentos de calçadas.

Foto: Cedida

O estudo teve abrangência em área verde pública do Guará e 54 segmentos em seu entorno. Quantitativamente, foram indicados baixos índices em calçadas e segurança pública. 

Qualitativamente, foi constado o não cumprimento da legislação de acessibilidade, com rampas e desníveis obstruindo passagens e forçando pedestres a usar as vias; e grades privatizando áreas públicas, que eliminaram calçadas e deterioraram a infraestrutura.

Tem ainda o fato de que a iluminação favorece os veículos e negligencia os pedestres, com a segurança na área verde comprometida por erros de projeto e falta de manutenção, como sombras de postes altos e lâmpadas quebradas.

Necessidade de políticas

A região do entorno obteve maior influência no índice de caminhabilidade total. Ao ressaltar a importância da relação com bem-estar e qualidade de vida, o estudo enfatiza a necessidade de políticas para ambientes urbanos mais saudáveis e acessíveis.

O relevante estudo foi desenvolvido por Maira Carvalho de Sant´Ana, resultando na dissertação do mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, com a orientação da professora Dra. Renata Calciolari Rossi.

Produção inserida na cooperação interinstitucional entre a Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) e a Faculdade Horizonte, de Brasília, através do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional (Madre). 

A relação com a instituição sediada em Presidente Prudente (SP) se deu pelo Projeto de Cooperação entre Instituições para Qualificação de Profissionais de Nível Superior (PCI) junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A dissertação em defesa pública foi aprovada pelos avaliadores Dr. Sérgio Marques Costa, da Unoeste, e Dra. Ana Karina Marques Salge Medonça, da Universidade Federal de Goiás (UFG).