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Cuidar das emoções é tarefa diária para manter saúde mental

Projeto desenvolvido pelo Programa Educa Pontal incentiva a valorização da vida para alunos da rede pública


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Foto: Reprodução Cuidar das emoções é tarefa diária para manter saúde mental
Luiz Bochi: ansiedade dá a sensação de estar correndo mesmo quando se está sentado

Alunos gremistas e agentes escolares da região do Pontal do Paranapanema são orientados sobre o cuidar da emoção como tarefa diária para manter a saúde mental. Fato ocorrido na tarde de sexta-feira (10), no primeiro de quatro encontros do projeto Valorizando a Vida, todos relacionados ao Setembro Amarelo. Realização do Programa Educa Pontal, mantido pela Diretoria de Ensino de Mirante do Paranapanema em parceria com a Pró-reitoria de Extensão e Ação Comunitária (Proext) da Unoeste, associado ao Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP), da Secretaria de Estado da Educação. 

Com o tema “Esperanças e perspectivas de futuro de nossos jovens: incentivando a valorização da vida”, o psicólogo e professor Luz Henrique Bochi Silva utilizou encontro fragmentos do estudo que desenvolveu em sua dissertação de mestrado em educação, sobre a formação de professores para identificação de riscos de suicídios entre os alunos. Esteve acompanhado de sua orientadora, Dra. Camélia Santina Murgo, também psicóloga e professora do curso de Psicologia e do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação da Unoeste, que oferta mestrado e doutorado. Juntos conduziram o encontro de cerca de duas horas em conversa interativa.

Um em cada quatro 

A primeira professora e aluna a se manifestarem, em suas perguntas deram o start para o diálogo sobre a ansiedade que faz parte dos transtornos vivenciados por 10,3 milhões dos 69 milhões de brasileiros com idades até 19 anos; sendo que uma a cada quatro crianças e adolescentes apresentou ansiedade e depressão durante a pandemia com níveis clínicos e necessidade de intervenção de especialistas (USP, 2021). Luiz disse que a ansiedade dá uma sensação de estar correndo mesmo que esteja sentado; causada pela impressão de precisar chegar muito rápido a algum lugar ou ao futuro, e relacionada ao medo do próprio futuro.

Conforme Luiz, a ansiedade geralmente é relacionada com algo que ainda não ocorreu e pode ser que nem ocorra. É preocupação excessiva com o futuro. Algo que acontece, de acordo com Camélia, por motivos reais ou por problema que precisa ser resolvido ou ainda, muitas vezes, por causa de crenças disfuncionais, antecipadoras e geradoras de preocupação sobre algo para o qual não se tem a dimensão do que irá acontecer. Nesse sentido, citou o exame vestibular como exemplo, pois raramente alguém diz ser algo bacana; sendo que a fala recorrente é a de que é muito difícil, concorrido e que muita gente irá ficar de fora.

Foto: Reprodução Dra. Camélia: analisar o que é real é o caminho para o ansioso ajustar o pensamento
Dra. Camélia: analisar o que é real é o caminho para o ansioso ajustar o pensamento

Análise real é o caminho 

É a típica crença disfuncional, como se o vestibular fosse a única medida de quanto vale a vida de um jovem em busca de ingressar no ensino superior visando a sua formação profissional. Camélia afirma que cada pessoa tem em si uma fábrica de pensamentos que vão sendo configurados com base naquilo que dizem os outros. Sendo assim, a preocupação com eventual reprova no vestibular é uma bomba capaz de criar preocupação excessiva com o futuro; algo que não se tem o real controle. Conforme explica, a ansiedade surge em vários contextos, dependendo da situação vivenciada. “Mas, tem como moldar o pensamento através da análise real de cada situação causadora de preocupação”, garante.

“Analisar o real é caminho para o pensamento ir se ajustando”, orienta. Então, no âmbito do debate do Setembro Amarelo, o aconselhamento é de que o adolescente deve avaliar o que lhe deixa ansioso. Para que os agentes da educação, professores e outros profissionais possam contribuir para detectar a ansiedade do aluno são necessários, conforme Luiz e Camélia, pelo menos dois passos iniciais: obter conhecimento para lidar com o assunto de maneira eficaz e, ao identificar o aluno com algum sinal de transtorno, ter para com ele a postura de acolhimento, de compreensão e da viabilização da escuta.

Efeito multiplicador 

O primeiro dos quatro encontros teve duas partes, sendo a primeira com a exibição de vídeo e várias orientações conduzidas pela supervisora de ensino, professora Zuleika Souza, e dois professores integrantes do núcleo pedagógico da Diretoria de Ensino: Denise Costa e Sandro Pereira. O próximo encontro será no dia 24 deste mês, com o tema “Fatores de risco e fatores de proteção no suicídio: um alerta importante para jovens e educadores”. Os dois últimos encontros ocorrerão em outubro. Todos às 14h e on-line, o que facilita a participação de alunos e agentes da educação das 29 escolas estaduais em oito municípios, boa parte localizada na zona rural.

No dia 8 de outubro o tema será “Ideação suicida e comportamentos autolesivos: criando esquema de proteção na adolescência”; e no dia 22 “Saúde mental e felicidade na juventude”. As abordagens dos temas envolvem Camélia e Luiz que tem atuação em psicologia clínica e, acostumado ao atendimento individual, vê nesses encontros com um grupo de pessoas a possibilidade de multiplicação dos temas com o restante da comunidade estudantil formada por mais de 7,5 mil alunos.  Além da docência no curso de Psicologia e na pós-graduação, onde é coordenadora, Camélia atua como pesquisadora e supervisora de estágio de estudantes na graduação.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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