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Livro sobre Saramago envolve pesquisadora ligada à Unoeste

Produção internacional resulta de congresso realizado em Portugal e que comemorou os 20 anos do Prêmio Nobel 


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Foto: Cedida Livro sobre Saramago envolve pesquisadora ligada à Unoeste
Marilani quando esteve no congresso em Portugal, evento que gerou o capítulo do livro

Uma das mais importantes e certamente a mais densa publicação literária sobre o escritor português José Saramago (1922-2010) tem um capítulo produzido pela Dra. Marilani Soares Vanalli, pesquisadora vinculada à Unoeste. O lançamento da produção eletrônica de 820 páginas ocorre agora como resultado do amplo debate realizado há quase dois anos, quando ocorreu o Congresso Internacional “José Saramago: 20 anos com o Prêmio Nobel”, sediado em Coimbra, de 8 a 10 de outubro de 2018.

O livro tem o mesmo título do congresso, com a organização de Carlos Reis, professor catedrático da Universidade de Coimbra. São várias abordagens sobre a vida e a obra do escritor Prêmio Nobel de Literatura de 1988.  Saramago teve com uma das maiores marcas de suas obras a denúncia das injustiças sociais, em decorrência de sua visão de mundo como jornalista e por ter trabalhado como operário em serralheria e oficina mecânica, além de desenhista e servidor público.

Polêmicas e polifônicas

Dentre as suas obras, a mais polêmica foi sobre a humanização de Jesus no livro “O Evangelho segundo Jesus Cristo” e dentre as mais famosas está “Ensaio sobre a cegueira”, produção literária presente na abordagem de Marilani no capítulo do E-book, página 511, com o seguinte título: “Vozes polêmicas e polifônicas em Ensaio sobre a Cegueira de José Saramago”. Ao participar do congresso, a pesquisadora estava no período de produção de sua tese de doutorado.

Professora nos cursos de Letras, Pedagogia, Ciências Contábeis, Jornalismo e Publicidade da Unoeste, Marilani comenta que ter ido ao congresso foi a oportunidade de aglutinar ideias e pontos de vistas diferentes, pois os participantes discutiram vários olhares sobre a escrita saramaguiana. Um universo presente na publicação eletrônica, à venda na Amazon e no Google Play. A obra de Saramago encanta Marilani pela complexidade da escrita e convidativa à reflexão. 

Enxergar melhor 

O romance Ensaio sobre a cegueira é fruto do enredo sustentado em epidemia chamada de cegueira branca e que acomete uma cidade na qual somente a mulher do médico consegue enxergar, no que é gerada ampla dramaticidade.  Produção utilizada como roteiro do filme com o mesmo título, em co-produção Japão, Brasil e Canadá, dirigido pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles. Em sua tese, Marilani fez comparações entre dois romances: o português e um brasileiro. 

Comenta que em sua tese, intitulada "A consciência estratégica das vozes narrativas em 'Ensaio sobre a Cegueira' de José Saramago e 'A morte e a morte de Quincas Berro Dágua' de Jorge Amado", discutiu, pela análise do discurso, a comparação destes romances: as semelhanças, divergências e consequências destas vozes no terreno da narrativa, proporcionando trabalhar as reflexões de larga escala dos escritores e que, se analisadas com a profundidade dos textos, fazem enxergar melhor a ações humanas e partir para uma mudança comportamental.

A cegueira mata

Marilani expõe a seguinte reflexão: "Graças a teus olhos é que estamos vivos, disse a rapariga dos óculos escuros, Também o estaríamos se eu fosse cega, o mundo está cheio de cegos vivos. Eu acho que vamos todos morrer, é uma questão de tempo, Morrer sempre foi uma questão de tempo, disse o médico, Mas morrer só porque se está cego, não deve haver pior maneira de morrer, Morremos de doenças, de acidentes, de acasos, E agora morremos também porque estamos cegos, quero dizer, morremos de cegueira, de cancro, de cegueira e de tuberculose, de cegueira e de enfarte, as doenças poderão ser diferentes de pessoa para pessoa, mas verdadeiramente o que está a nos matar é a cegueira".

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste

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